quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Encontro fatal – O final da história

II Capitulo
Uma semana de amor

Aquele maldito computador que tantas ralações me andava a dar, finalmente, derivado aos seus queixumes naquele dia, concretizou-se a profecia “há azares que vem por bem”. Tinha conhecido o Jorge que contrariamente ao que normalmente acontece. Fui eu o engatado.

Agora só tinha que cumprir o que lhe tinha prometido. Teve sorte porque normalmente não costumo cumprir com aquelas promessas. Também normalmente não ficam em minha casa, é sempre a chamada “rapidinha” com não mais de duas ou três horas e depois vão-se embora não dando espaço para mais aventuras mas o caso do Jorge foi diferente.
Aconteceu em relação às idades, estava-mos de acordo. Eu gosto dos mais novos e ele dos mais velhos. Ele com pouca experiência e eu já entrado na idade dos cotas, como é óbvio, com a experiência e lata toda.
Quando ele apareceu vindo do duche, vinha todo nu e somente com o robe branco um pouco aberto que lhe tinha emprestado, já eu tinha colocado o carrinho de serviço no meio do quarto com dois pafes, um de cada lado. A garrafa do vinho dentro de um balde de gelo para não aquecer. Tinha também colocado um CD com uma música clássica de piano e baixados as luzes dando um ambiente mais íntimo acrescentei no carrinho duas velas acesas.
      
- Tás a ver porque julgo que os mais velhos sabem receber bem? Está tudo muito romântico.
- Uma forma delicada de me chamares velho.
- Velho uma porra!.. Depois do que fizemos nunca te poderia chamar velho na acepção da palavra. Foi com carinho. Sabes?.. Estou a ficar apaixonado por ti.
- E o teu primo?
- Não me fales desse gajo.

Entretanto começámos a comer, Também há luz de velas que estavam no meio de nós.

- Então conta lá o que se passa com o teu primo…
- Já lá vão uns anos a primeira vez que fiquei em casa dele para irmos à praia, ficamos na mesma cama e durante a noite o gajo começou por tentar abusar de mim sexualmente, mas não deixei e ficamos por batermos uma punheta um ao outro.
- E não passaram disso?
- Um mês depois voltei a lá ficar com os meus pais e voltamos a ficar na mesma cama. A meio da noite o gajo fechou a porta e colocou um DVD de filmes pornográfico só de homens, onde se masturbavam, faziam sessenta e nove mamando os pénis uns dos outros. Tás a ver como é que se faz?, perguntava-me ele ao mesmo tempo que mamava o meu pau que estava murcho. Foi-se levantando pouco e pouco e sem saber porquê começamos a fazer aquilo os dois. Eu vinha-me dentro da boca dele e ele vinha-se dentro da minha.
- E não passaram disso?
- Nunca fizemos mais nada, mas o gajo é muito ciumento e quando cá venho nunca me deixa falar com mais ninguém. Eu também só cá venho alguns fins-de-semana para ir à praia.

Entretanto já tínhamos acabado de comer e depois de tomar o café, voltamos para a cama para conversar e voltei ao tema.

- Então e como foi essa experiência com o tal tipo de que nem te queres lembrar?
- Um dia o verão passado vinha da praia sozinho e um tipo ai para os seus cinquenta anos parou o carro e perguntou-me se queria boleia. Como era um grande esticão e sempre a subir aceitei. Durante o caminho contou-me que era professor e gostava de música e que lhe tinham dado uma colecção de Hip Hope e como não gostava do género tinha-os dado ao filho que por acaso também não gostava, então tinha-os lá a um canto para oferecer a quem gostasse. Eu disse na altura que gostava do género mas não tinha nenhum CD, só ouvias esse tipo de musica no Youtube.
O tipo que até ali se tinha mostrado bem simpático e ainda por cima professor quando eu disse que gostava de ter esses CDs, prontificou-se logo a oferecermos, bastava para tanto ir a casa dele. Aceitei e quando dei por mim estava em casa do tipo, Entramos na sala e ele foi buscar os tais CDs. Eu estava sentado num sofá e quando ele chegou entregou-me alguns colocando-os em sima da minha perna ao mesmo tempo que me apalpou o pau. Fiquei sem saber o que fazer ou dizer até que ele perguntou se podia ver. Ao mesmo tempo que me abria a braguilha pondo cá para fora o coitado do meu pénis e começou a mama-lo. Como é lógico o tipo começou a levantar-se então o tipo baixou-me as calças e mesmo ali no sofá tentou violar-me. Ainda entrou um pouco e como gritei de dor e me afastei o tipo ficou muito atrapalhado, Vesti as calças e sai porta fora.
Como vês foi uma experiência nada agradável.

- Também digo… Isso nunca me aconteceu nem fiz isso a alguém. Ficou-te de emenda nunca mais pedires boleia ou entrares no carro de um desconhecido.
- Porra!.. Jurei para nunca mais, mas contigo foi diferente. És um gajo porreiro e no final fui eu que te engatei e não tu.
- Pois. Estava sossegadinho da vida, Só olhei para ti e encontrei algo de especial e estamos aqui felizes e contentes, Acho eu… Estás bem?
- Soube-me bem desabafar. Nunca contei esta cena ao meu primo nem a ninguém por vergonha.
- Acho que fizeste bem. Assim como deves deixar de ir a casa dele. Agora podes vir cá quando quiseres e passar não só os fins-de-semana como outros dias.
- Achas? Achas que podemos ser amigos? – e beijou-me -.

Aquele beijo e outros carinhos foi a continuação de muitos naquela noite, até começarmos a alisar os nossos paus. Dali até começarmos a beijar e lamber nossos corpos até aos sessenta e nove foram momentos de prazer. Foram preliminares que duraram longo tempo, até que ele se virou ficando de costas para mim como a pedir que o fudesse novamente.
 Ainda meti a cabecita mas lembrei-me da promessa e antes de continuar deu-me na gana e porque há muito tempo não levava com um caralhito sem experiência perguntei-lhe ao ouvido:

- Não queres tirar os três no teu pau?
- Deixas?
- Deixo, mas com calma.

Então deitei-me de bruços e ele em cima de mim senti o seu peito musculado nas minhas costas ao mesmo tempo que procurava o sítio próprio para me penetrar. Não tinha mesmo experiência. Então não fui de modas. Com uma das mãos procurei o seu pau e fui eu que o apontei direito ao meu ânus. Primeiro a cabecita e depois movimentando-me ao mesmo tempo e ele lá entrou o resto. Ele bombou, ganiu de prazer e eu gemi um pouco também de prazer pois já há algum tempo que não arcava com tal coisa.
Ambos nos movimentamos para que a penetração fosse constante até que os meus lençóis ficaram cheios daquela minha porra e a minha próstata sentisse o fluxo do esperma dele, com tal abundancia que até saiu um pouco para fora.
Fiquem esparramado na cama com ele em sima de mim e ainda com o seu membro no mesmo local durante algum tempo. Aquela porra de pau nunca mais murchava e perguntei:

- Foi bom?... Queres te vir novamente.
- Foi óptimo… Parece que o gajo quer mais, não dá sinais de murchar.
- Continua a bombar e vais ver que te vens novamente. Deixa ver uma das tuas mãos.

Então encaminhei sua mão ao meu pau e começou a masturbar-me ao mesmo tempo que continuava a bombar sem tirar fora. Continuamos naquilo durante algum tempo à mistura de alguns gemidos de prazer até que novamente nos viemos.
Estoirados acabamos por nos colocar abraçados e sem mais forças para o que quer que fosse a não ser beijarmo-nos ficamos assim durante algum tempo, Duas vezes seguidas e mais uma outra horas antes, já era demais para mim. Para ele que é jovem talvez ainda pudesse aguentar com mais uma, mas não, acabamos por adormecer.
Se mais acontecesse, Ficava para de manhã.

No dia seguinte

O Sol entrando pela janela já lambuzava nossos corpos nus conforme tínhamos adormecido.
Não fora o Jorge ter adormecido agarrado a mim de conchinha teria sentido durante o resto daquele noite o frio da madrugada mas foi aquele Sol quente que batendo nas costas dele que o fez acordar e envolvendo-me com seus braços depois de mordiscar os meus globos me disse baixinho:

- Sabes que já sinto ciúmes do teu namorado?

Fiquei parvo com aquele dito. Há muito que não acordava assim. Virei-me para ficarmos frente a frente, retribui a mordicadela com outra nos seus lábios. Ele misturou sua língua com a minha e durante algum tempo nos beijamos ardentemente, até que comentei:

- Mas eu não tenho namorado.
- Não acredito!...
- Podes acreditar. Como tu já tive alguns que inclusive viveram comigo mas actualmente só tenho umas coisas coloridas.
- Como assim?
- São situações que fazem parte da minha vida privada.
- Já te disse que estou apaixonado por ti?
- Não será porque te sentiste bem esta noite?
- Não! É que nunca pensei que outro homem me desse tanto carinho, me ouvisse e me entendesse.
- Primeiro sou um bom ouvinte, segundo já há muito que também não me sentia tão feliz com alguém e tu saíste-me na rifa.
- Vives só neste casarão. Não tens família?
- Sim, tenho dois filhos mas cada um tem a sua vida e eu faço o mesmo.
- Quer dizer que és casado?
- Não… Sou divorciado mas isso é uma história que um dia te posso contar se o mereceres.
- Mas eu contei-te a minha história!...
- E se nos levantássemos para ir tomar o pequeno-almoço? Que a esta hora já é mais almoço que outra coisa? Não querias ir à praia? – Atalhei eu para não continuar com a conversa sobre a minha vida privada -.
- Tá bem!... Vou tomar um duche. Não queres vir também?

Afinal de contas o gajo estava a aprender depressa. Aquela coisa de tomarmos duches juntos, cheirava-me a outra coisa qualquer mas alinhei. Afinal das contas estava a retroceder no tempo e estava a lembrar-me de alguém com que tinha vivido seis anos.
Levantamo-nos e como dois enamorados fomos para o duche de mãos dadas e entramos. Abrimos as torneiras começaram a jugar água fria em nossos corpos que estremeceram agarrando-nos um ao outro até começar a jugar a água quente. Deixamos de tremer mas continuámos a abraçarmo-nos e novamente nossos lábios se encontraram. A água continuava correndo por nossas cabeças e nossos ombros, saltando alguns salpicos em nossos membros sexuais que cada vez mais se levantavam, então tal como da primeira vez Jorge foi descendo até ficar de joelhos introduzindo em sua boca o meu membro que cada vez estava mais excitado. Estava mais uma vez quase a vir-me então não aguentei mais e segurando-o pelos ombros levantei-o virei todo o seu corpo e empurrando-o contra a parede fora da queda de água dobrei-o e com toda a calma comecei a enfiar-lhe o meu membro naquele cozinho que já palpitava. Ele encolheu-se com uma das minhas mãos fiz-lhe a masturbação necessária para ambos nos virmos ao mesmo tempo.
A água quente continuava a escorrer pelos nossos corpos acabando por lavar toda aquela porra que era expelida pelos nossos trabalhadores de prazer.

- Agora já podemos ir até à praia. Já tenho a certeza que não me vais deixar ou criar mais um namorado colorido.

Aquelas palavras do Jorge soou-me aos ouvidos tão fundo que me lembrei novamente do grande amor da minha vida que já tinha sido.

Sai do duche… Ele ainda ficou para tratar da sua higiene. Vesti-me apressadamente e desci até ao carro para ir buscar a mochila dele. Quando voltei, já estava na cozinha somente com o robe vestido, preparando tuas tijelas de flocos com leite.

- Já fui buscar a tua mochila.
- Vamos tomar o pequeno-almoço na-cama?
- Mas não queres ir até à praia? Não podemos guardar essa cisa da cama para mais logo?
- Tá bem!.. Mas prometes que continuo a ficar cá em casa!..
- Posso levar-te quando quiseres. Mas os teus pais deixam-te ficar fora mais tempo?
- Estou de férias e volto a telefonar-lhes dizendo que estou bem. Ou não me queres cá?
- Não sejas parvo!.. Só não quero é arranjar-te complicações.
- Já sou crescido suficiente para arcar com as minhas responsabilidades e vais ver que os meus pais são uns tipos porreiros.
- Vou ver? Não me digas que me queres apresentar aos teus pais.
- E porque não! Assim ficam a saber que os meus amigos não só putos como o meu primo
- Está bem… Logo se vê.

Enquanto estávamos nesta conversa, fomos tomando os flocos mesmo na cozinha e vestindo-nos de calções de banho, bermudas e t-shirts. Se tivéssemos tomado o pequeno-almoço na cama como ele sugeriu já não tínhamos saído de lá.

Descemos e fomos até à Foz do Lizandro onde nos banhamos e almoçamos numa das esplanadas.
Ao fim da tarde ainda fomos até à Ericeira como um casal em Lua-de-mel onde demos umas voltas e acabamos por jantar na “Marisqueira” mesmo frente a mar sapateira regada com Vinho Verde Gatão.

Certamente vão saber o que aconteceu a seguir.
Como é lógico voltamos para casa e tivemos outra noite de amor e durante três dias não voltamos a sair.
Combinámos o que seria a nossa vida para o futuro e só o levei a Lisboa ao sétimo dia.

Fiquei de tal forma apaixonado que nunca mais atendei os telefonemas dos meus “amigos coloridos” com a desculpa de estar adoentado.

Aguardo ferozmente o próximo fim-de-semana para o ir buscar, conforme ficou combinado.

----------------- Fim -------------------
         Nelson Camacho D’Magoito
      “Contos ao sabor da imaginação”
             Para maiores de 18 anos

                 © Nelson Camacho
2015 (ao abrigo do código do direito de autor)

Encontro fatal – A História

Dos dois vai o Diabo e escolhe
I Capitulo

Minha avó tinha dois ditos muito engraçados mas com alguma sabedoria:
“Santos ao pé da porta não fazem milagres” e,
“Dos dois vai o Diabo e escolhe”
Mesmo com estas máximas, há situações que “Não se deve guardar para amanhã o que podemos fazer hoje”. Foi o que aconteceu naquela manhã.
Tomando à letra esta último máxima, vou contar o que aconteceu naquele dia – inicio da hora de verão -:

A hora tinha mudado e nem dei por isso e assim que acordei, e somente com um robe vestido pois por norma durmo todo nu, foi até ao computador com a ideia de cuscar o que que passava no Mundo através da internet. Saiu tudo gorado. O software que utilizo tinha pifado e não consegui ligar-me à net. Fiquei danado e depois de dar voltas e mais voltas não consegui resolver o problema. – Certamente tenho de me deslocar a um técnico na segunda-feira.

Fiquei pior que estragado e contra os meus princípios, vesti umas calças um blusão e sem desfazer a barba sai sem destino. Passei pelas bombas de gasolina, meti 10 Euros, comprei o jornal e dois maços de tabaco e lá fui sem destino marcado.
 Com tudo isto já eram 3 horas (das novas). Como estava sem pachorra para ouvir rádio, liguei uma das PenDisk que trago no carro para estas ocasiões.
Quando dei por mim, estava a arrumar o carro a porta do café “Ateliê do Café” no Magoito.

Em sentido contrário vinham dois moços aí para os seus dezoito anos. Um sem qualquer aparência de nota e outro com muito bom aspecto que cruzou insistentemente o olhar com o meu. Tomando à letra a máxima da minha avó “Dos dois vai o Diabo e escolhe” e parece que o Diabo estava mesmo ali e com aquele olhar reciproco ele escolheu o mais bem-apessoado, mas com um tic qualquer especial.

A esplanada estava cheia, só havendo duas mesas vagas dirigindo-se a uma delas os tais moços. Como levava já o jornal, apressei-me a colocar o dito e o maço de tabaco na outra mesa ao lado e fui lá dentro pedir o café.

Quando voltei com o café, lá estavam eles falando com o empregado – devem gostar de ser servidos, pensei – Sentei-me e os nossos olhares voltaram a encontrar-se. O colega nutou a nossa troca de olhares e disse-lhe qualquer coisa baixinho e trocou de cadeira para ficar entre nós, mas o tal bem-apessoado pereceu-me não gostar e afastou a cadeira de forma a ficar frente a mim e olhando-me novamente encolheu os ombros como quem diz “O que é que posso fazer?”.

Há dias assim… Mas eu estava a meu ver, numa figura nada recomendável, com a barba já com uma semana e mal vestido. E óbvio que não com os aspecto de um pedinte, mas com a minha idade não estava com um aspecto de engate.

Por causa do Sol estava de óculos escuros e assim fiquei não deixando transparecer quaisquer sinais de aprovação perante tal moço mas de vez em quando os nossos olhares trocavam-se.

Para ler o jornal no seu todo já preciso de óculos de ver ao perto portanto só me dediquei a ler as gordas, deixando os textos para mais tarde.
O tempo foi passando mirando-nos mutuamente.
Estivemos naquilo ai uma meia hora, até que o menos apessoado disse qualquer coisa ao ouvido do outro e ambos se levantaram e se foram embora.
 No espaço que dista a mesa onde estavam e a saída da esplanada, por duas vezes o mais apessoado virou a cabeça olhando para mim e novamente encolheu os ombros.
Fiquei por ali pensando no que tinha acontecido. Pedi outro café, enrolei o jornal e fumei mais um cigarro.
Os meus neurónios já estavam fervendo de ideias e a imagem daquele moço não me saia da cabeça até que de repente, atrás de mim ouvi uma voz dizendo – Dois cafés de seguida não lhe fará mal? –
Olhei de soslaio e fiquei petrificado. Era o tal moço apessoado mas sozinho.

- Posso ler uma coisa ai no seu jornal? – Perguntou ele -.
- Mas certamente que sim!... Porque não se senta? – Respondi -.

Algo de estranho estava a acontecer. Não que não estivesse habituado a situações destas mas derivado ao meu aspecto, um pouco desleixado, que achava muito mau, achei estranho aquela abordagem. O tal moço sentou-se e apresentou-se.

- Chamo-me Jorge, estou a passar o fim-de-semana em casa daquele meu amigo. Venho cá às vezes e nunca o vi por aqui.
- Moro por aqui mas raramente venho a esta café. Faço a minha vida fora aqui do Magoito pois minha avó dizia que “Santos ao pé da porta não fazem milagres”
- Quer dizer que posso ser algum desses Santos?
- Não sei, mas que alguma coisa nos atraiu isso é verdade!..
- Não foi o carro nem a sua barba crescida, mas um filing qualquer que não deixei de notar entre nós.
- Efectivamente ouve qualquer coisa que nos atraiu embora a diferença de idades.
- Mas tenho muito mais interesse em conviver com pessoas mais velhas. Os mais novos ou da minha idade não me trazem nada de novo.
- Então esse seu amigo com quem passa os fins-de-semana não lhe dá nada de novo?
- Ele não é só um amigo mas meu primo com quem temos um relacionamento, mas é muito chato e ciumento.

Estava tudo dito. O tal primo devia ser o seu primeiro amor, mas não iam muito “às filhoses” como é hábito dizer-se. Então não escondendo reconhecer os seus propósitos continuei com a conversa.

- Quer dizer que vocês os dois têm uma história!..
- Sim!... Temos uma história um pouco complicada.
- E não me vai contar?
- Não sei!... Devo estar a fazer um tremendo disparate com esta minha abordagem.
- Disparate? Não sei porquê? No final de contas tivemos o mesmo filing e já somos pessoas adultas para encarar as realidades. Você simpatizou comigo e eu consigo. Podemos falar de tudo e de todas as coisas, tal como as nossas preferências.
- Está a falar de quê? Filmes, futebol, livros ou outros entretenimentos?

Saltou-me a tampa e porque já não tenho muita pachorra para aturar meninos indecisos, respondi à letra:

- Talvez de entretenimentos se chamarmos de sexo um entretenimento.

O rapaz não esperando esta minha resposta, mexeu-se na cadeira e comentou:

- Mas é assim tão óbvio?
- Não disseste – já o começava a tratar por tu – que gostavas de conviver com pessoas mais velhas? A idade tem destas coisas. Embora não tenhamos nada na testa como tu que identifique os nossos gostos, sabemos o que queremos e onde procurar.
- E achas que encontrei?
- Não!... Não encontraste!.. Encontrámos!.. Embora seja um pouco estranho para mim derivado ao aspecto que tenho hoje. Mas normalmente quando menos espero encontro sempre a pessoa indicada para um bom relacionamento e hoje foi um dia desses.
- Mas não estás assim com tão mau aspecto. Só não desfizeste a barba mas agora também se usa, embora não goste muito de pêlos.
- O teu primo não tem pêlos?
- Se não te importares não falamos dele. É uma história muito complicada.
- Se não queres contar, não contes. Vamos ter oportunidade de o contares.
- Achas? Enão o que te fês vir até aqui hoje? Como já disse ainda não te tinha visto por cá.
- Hoje foi uma história chata para mim. Quando me levantei fui para o computador para cuscar as notícias e não consegui ligar-me à Internet. Dava um erro 720, liguei para o assistente do servidor e disseram que o problema era do PC. Dei voltas e mais voltas e não consegui resolver o problema então danado vim para a rua tal como estava. Como estava não foi bem assim, porque estava nu e só com um robe vestido.
- Então andas nu em casa? E o resto da família?
- Não tenho família. Vivo só. Vim para esta casa Há seis anos para estar sossegado e fora do bulício da cidade e dos andares que parecem gaiolas, para ouvir as minha músicas e escrever sossegadamente.
- Quer dizer que és escritor, ou musico.
- Praticamente, sou as duas coisas. Escrevo umas coisas e quanto à música é outra história.
- E uma grande experiência de vida, está-se mesmo a ver. Menos de computadores.
- É verdade. O computador para mim veio substituir a máquina de escrever e os jornais.
- Estás com sorte pois eu não escrevo mas percebo de computadores e se quiseres posso dar-te uma ajuda.
- Epá isso era o ideal!.. Como vamos fazer?
- É fácil, como tens carro podemos fazer assim. Vou a casa dizer ao meu primo que tenho de ir para Lisboa hoje. Esperas por mim, vamos a tua casa, resolvemos o problema do computador e depois levas-me a Lisboa.
- E o teu primo não desconfia?
- O gajo come tudo o que lhe digo.
- Então está bem. Espero no carro…

Assim foi. Fui pagar a despesa e meti-me no carro com a sensação que tinha sido uma grande golpada ou o início de uma nova amizade. O Jorge não demorou muito. Do mesmo local de onde tinha vindo com o primo, desta vês vinha de mochila às costas e só.
 Mal chegou ao carro abriu a porta atirou com a mochila para o banco de traz e comentou:

- Vamos embora antes que apareça algum conhecido

No caminho até minha casa

No caminho fizemos uma conversa da treta pois praticamente já tínhamos dito tudo, directamente e entrelinhas. Eu pelo menos sabia como tudo aquilo iria acabar. Da parte dele também já sabia o que queria.

Assim que chegámos entramos e dirigi-o ao escritório onde tenho para além do computador um Bar com bebidas e um mini-frigorífico com algumas bebidas.

- Queres tomar alguma coisa? Tens aí a máquina de café, é de capsulas e algumas bebidas. Também tens nesse mini-frigorífico cervejas e sumos. Como não me sinto bem vou num instante desfazer a barba e tomar um duche a correr. O computador está também à tua disposição. Vê se te desenrascas.

Quando voltei vinha como é meu habito andar em casa com um robe vestido e sem mais nada.
O Jorge estava com um copo de sumo na secretária e sentado num banco frente ao computador tentando dar-lhe a volta.
Sentei-me no meu cadeirão por trás dele

- Então já deste com alguma coisa?
- Sem querer abri a tua página “O Canto do Nelson” e vi que és mais sabido que a encomenda. Afinal não te escondes com aquilo que escrevas na internet.
- Sim!.. Quem quiser saber algo de mim está à vontade. Só é difícil é saberem algo sobre a minha vida privada. E quanto ao computador? Descobriste alguma coisa.
- Está difícil!.. O problema é do teu software que usas que é o Windows XP que já acabou. Creio que só um técnico abalizado te pode resolver o problema. Podes trabalhar com ele à vontade, só não podes é ligar a net.
- É como eu digo, o gajo só me serve para substituir a máquina de escrever. Queres cuscar o que escrevo e as minhas fotos?
- Vou abrir esta pasta que tens qui escondida e que diz KissGay. Posso?
- Estás à vontade.
- Tens aqui fotos muito bonitas.

Sem querer ou talvez não encostei-me a ele e o meu pau começou a levantar-se e ele notou:

- Já estás entusiasmado?
- Desde o momento que te conheci que estou entusiasmado. Nota-se muito?
- Eu também!

Então o Jorge virou-se e ficamos frente a frente, meteu as pernas entre as minhas afastando-as de forma a ficarmos mais pertos um do outro e nos beijamos ardentemente.

- Sempre é verdade andar nu em casa.
- Não queres ver o resto?
- Foi por isso que foste desafazer a barba e tomar duche?
- Sabes aquela história de quem se ajoelha pede desculpa?
- Queres que peça desculpa?
- Se te ajoelhares não é preciso pedires desculpa.

Então Jorge afastou-me o robe e começou por me beijar desde os lábios até ao meu pénis que começou a sorver algum esperma que já começava a brotar.

- E se fossemos para a cama? – disse eu –

Jorge levantou-se e comentou:

- És muito sabido.
- Não dizes que gostas de tipos mais velhos?
- Mais velho só estive com um e não me dei nada bem, mas contigo está a ser diferente.

Voltámo-nos a beijar e já em pé, encaminhei-o para o quarto. A roupa dele e o meu robe foi ficando espalhado pelo caminho até chagarmos à cama para onde nos atirámos.
Fiquei deitado de costas e ele continuou com o que tinha começado de joelhos.

Delicia das delicias o Jorge tinha aprendido bem com o primo. Faltava saber se lhe tinha ensinado tudo e tirando o meu instrumento de prazer daquela boca que não parava do vai e vem perguntei:

- Não queres que te foda?
- Só uma vez experimentei com o tal velho mas ele foi tão bruto que jurei nunca mais experimentar.
- E com o teu primo?
- Só batemos umas punhetas e chupamos os nossos pirilaus.
- Pirilaus uma porra!.. Tens um instrumento muito bom.
- Achas? O teu também é gostoso. Nunca comi um cu.

Entretanto já nos estávamos punhetando mutuamente e eu fazendo um esforço dos diabos para não me vir  comentei:

- Daqui a pouco estou a vir-me
- Não aguentas mais um pouco?
- Aguento se te sentares nela. Juro que não te faço doer e depois podes fazer o mesmo. Queres?
- Como fazemos?
- É fácil. Descontrai-te e deixa-te ir.

Foi a vez de abrir a gaveta da mesa-de-cabeceira e tirar um tubo de vaselina com que besuntei abundantemente o meu pau.
 
Então primeiro sentei-o na minha barriga e de perna abertas e de joelhos fui subindo e agarrando-lhe as pernas fui encaminhando o seu corpo até o ânus ficar na direcção do meu pau totalmente hirto e besuntado fis com que o Jorge fosse cavalgando entrando o meu pau dentro dele. Com aquela posição o ânus ficou mais relaxado e lá foi entrando pouco a pouco enquanto lhe dava prazer masturbando-o. Já estávamos ambos aflitos e a explosão foi rápida. Ao mesmo tempo que ele se vinha sentou-se com mais força e todo o meu membro entrou rapidamente naquele cuzinho quase virem e também me vim.
Todo o meu peito ficou cheio daquela porra não largando o seu pau com toda a força.
Passados minutos saímos daquela posição e nos agarramos como dois amantes antigos.

- Foi bom? Não te fiz doer?
- Nunca pensei que fosse tão bom. Agora cumpres com a promessa?
- Mas és capas de te vir novamente já a seguir?
- Acho que não!.. Mas fica para outra altura.
- E o teu primo? Em que lugar fica?
- Nunca ouviste dizer que um amor antigo apaga-se com um novo?
- Sim já ouvi e esse dito é o que nós mais velhos costumam-mos dizer.  
- Parece que já somos adultos suficientes para fazermos o que bem entendemos.
- Ao que parece, afinal o mais velho pareces tu!..
- Desde que te vi deu-me um clique que me pareceu que algo iria mudar a minha vida.
- Então sempre és capaz de te vir novamente para me fuderes?
-Tu é que sabes. As habilidades para fazeres de mim o que quiseres é tua.
- O melhor é descansarmos um pouco e depois logo se vê. Já não tenho a tua idade... E se fosse preparar algo para comer. Já são horas da janta e ainda tenho de te levar a casa.
- Não posso cá ficar? Amanhã íamos até à praia.
- Então não avisas os teus familiares?
- Se puder cá ficar telefono-lhes a dizer que fico em casa de um amigo e que já não estou em casa do meu primo para eles não lhe telefonarem.
   - Cá para mim podes ficar, comemos e arranjamos mais forças para continuar, entretanto contas-me essa história com o teu primo.
- Tá bem. Só queria era tomar um duche, mas tens de me emprestar qualquer coisa para vestir pois a minha mochila ficou no teu carro e é lá que tenho uma muda de roupa.
- Estás à vontade. Primeiro vou eu tomar o duche e depois vais tu enquanto arranjo algo para comer. Quanto ao vestires empresto-te um robe e assim andamos os dois à vontade.
- Oky… Fico à espera.

Depois de tudo combinado lá fui tomar o meu duche. Quando acabei fui até ao quarto e o Jorge tinha adormecido.

Fui até à cozinha e preparei um bacalhau com natas – daqueles que se compram congelados e é ó meter no micro ondas e umas batatas fritas também de pacote.

Depois de tudo pronto coloquei num carrinho de serviço e levei para o quarto e acordei-o beijando-lhe um ombro que estava descoberto:
Ele levantou a cabeça olhou para o repasto e comentou:

- Nunca me tinham tratado assim!...
- O que queres beber? Cerveja, vinho branco, tinto ou sumo?
- Pode ser vinho branco.
- Tenho aqui uma reserva fresca de Reguengos que até parece champanhe. Não queres ir tomar o duche? – ao mesmo tempo que lhe entregava um robe branco -.

Jorge levantou-se e foi quando vi bem toda a sua compleição física. Era um verdadeiro Adónis com todo o corpo delineado certamente por alguma ginástica que fazia e aquele pénis murcho mas de cabecita luzidia entre os dois tintins que até não eram grandes e de poucos pêlos.
A quando do nosso elevo foi de tal fúria que nem tinha reparado bem no seu corpo e deu-me vontade de o agarrar novamente mas não o fiz. Deixei-o ir tratar-se da sua higiene, mas sem antes lhe entregar um copo com um pouco daquele delicioso vinho branco de Reguengos como de um brinde se tratasse ao tocarmos em ambos os copos e nos beijamos novamente.
Gorge não largando o copo comentou:

- Nunca me tinham beijado assim nem tratado com tanto carinho.
- É a sabedoria de um cota.
- Sim tá bem!.. Chama-lhe cota….

Depois daquele comentário saboroso, Jorge seguiu para o chuveiro e eu fiquei preparando o quarto para o que viria a seguir.

Fim do I Capitulo
Para ver o que se passou a seguir procure no poste a seguir
         Nelson Camacho D’Magoito
      “Contos ao sabor da imaginação”
             Para maiores de 18 anos
                 © Nelson Camacho
2015 (ao abrigo do código do direito de autor)


Encontro fatal - Preambulo

Preâmbulo
Eles eram dois

Esta coisa da informática, digam o que disserem não é bem para todos a maioria das pessoas que escrevem nos blogues e afins utilizam o computador como se fosse uma máquina de escrever é o meu caso.

Um dia, farto de escrever na minha Olivetti e gastar papel pois qualquer escritor quando coloca uma folha em branco na máquina, normalmente em principio não sabe o que vai sair então, é papel e mais papel que rasgamos e enchemos o caixote do lixo mesmo ali ao lado. Até aqueles que escrevem à mão por vezes é a tinta da caneta e as folhas de papel que se vão gastando sem nada de concreto sair dos nossos neurónios.
   
A melhor coisa que apareceu foram os computadores, escrevemos, apagamos, corrigimos e depois de estar – a nosso ver – tudo pronto, editamos ou passamos para o papel se for caso disso. Mas atenção, tal como quando tiramos a carte de condução não tiramos um curso de mecânica também na informática quando compramos um computador à vezes nem o sabemos abrir e então quando algo de estranho acontece ao bicho vamos aos técnicos que na maioria dos casos são uns aldrabões e só nos sugam dinheiro como acontece em algumas oficinas onde colocamos os nossos carritos.

Foi o que me aconteceu naquele maldito - mais tarde abençoado domingo – Estava muito bem a escrever um dos meus contos e o monstro do meu computador pifou. O software que utilizo tinha-lhe dado o bafo e não conseguia ligar-me à net.

Danado comigo mesmo e com o maldito monstro – pois ainda é daqueles de torre – não há meio de me ajeitar com os portáteis. Desliguei tudo e fui até ao café cá do sítio, pois sendo Domingo, ninguém trabalha.

É nesse café que tomo conhecimento com um moço que é técnico de informática e ao contar-lhe as minhas desgraças imediatamente se prontificou a dar-me uma mãozinha.

E que mãozinha!..

Bem mas isso é uma história que você pode ler se estiver interessado no próximo post.

         Nelson Camacho D’Magoito
      “Contos ao sabor da imaginação”
             Para maiores de 18 anos

                 © Nelson Camacho
2015 (ao abrigo do código do direito de autor)

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

A história de um Pedro

História de um Pedro

A história de um Pedro é a história de um Pedro de um João de um Manuel de um Silva ou para ser mais pomposo, um Ezequiel ou a sua.

O Pedro é um rapaz estudante trabalhador e filho de gente rica e sem problemas económicos. É o chamado “O Filho da Mamã”.
Quando fez 19 anos o pai ofereceu-lhe a carta de condução e um carro para colmatar as suas falhas de funções enquanto pai, pois passava vários dias fora em trabalho.
Mesmo já com carro nunca foi muito de sair ou arranjar amigos. Os seus passeios resumiam-se a idas aos fins-de-semana para a Ericeira onde os pais tinham um apartamento chamado de verão, ate que resolveu procurar trabalho para criar a sua independência.
Mais tarde descobriu que a mãe, mulher do Jet Set, era promíscua e homofóbica. Não aceitava os casamentos entre homossexuais mas já tinha tido vário amantes.
Quando descobriu que a mãe punha os cornos a seu pai. As ao pai as coisas lá em casa começaram a descambar, e os conflitos sociais e pessoais nunca mais paravam até que um dia através de um acidente de automóvel conheceu um rapaz da sua idade que ia com um amigo mais velho.
Tudo se resolveu na altura, pois ambos tinham seguro e o acidente não tinha sido muito grave. O que para ele era grave ou pelo menos pareciam é que aqueles amigos de ocasião não eram só amigos, era um casal de gays.
Lembrando-se das conversas da mãe quando saiu a Lei dos casamentos entre homossexuais, reparou que na verdade a coisa não era bem assim como ela pintava. Gostou da forma como aquele casal resolveu o assunto e fez questão de depois de tudo tratado, trocarem cartões-de-visita com a promessa de se telefonarem para beberem um copo.
Mais tarde encontraram-se em um bar onde ele nunca tinha ido e nem sabia que este género de bares existia. Só havia homens. Homens de todas as idades que dançavam uns com os outros e até alguns se beijavam. Tudo aquilo era novidade para ele. Naquela noite foi convidado a ir a casa deles e foi.
Quando aceitou veio-lhe à mente novamente as palavras da mãe contra aquele tipo de situação esquecendo-se que tinha um amante o que também não seria assim tão natural, mas aceitou o convite na mesma,
Quando já estavam à porta do Bar para sair, apareceu um outro mas um pouco mais velho que perguntou:

- Então onde e a ida?
- Vamos até minha casa beber um copo! – disse um dos tais amigos.
- Quer dizer! Vai haver uma ménage a troi!
- Também só pensas nisso! – disse o mais novo. Já agora apresento-te o Pedro

O Mário, que era o tal tipo que tinha aparecido apertou a mão ao Pedro com bastante força e atirou um piropo.

- Você é lindo!.. Por onde tem andado?

O Pedro ficou todo atrapalhado. Nunca tinha ouvido um piropo de um gajo.
O Mário notando o embaraço.

- Não fiques para aí a tremer que ninguém te vai comer!

Todos se riram e o mais velho perguntou ao Pedro se não se importava que o Mário também fosse.

- Cá para mim é igual! A casa é vossa.

Foram todos para casa do casal.
O resto da noite correu às mil-maravilhas. Afinal aqueles tipos eram iguais a quaisquer outros.
O Pedro nunca viu mesmo já depois de terem bebido bem, qualquer coisa menos própria segundo sua mãe dizia que acontecia quando os gays se encontravam.
Pedro até lhes contou o que a mãe dizia sobre o assunto ao que eles se riram e pedindo desculpas disseram que a mãe dele era uma pessoa mal formada. Era pior o por os cornos ao marido que criticar situações que não conhecia.
Já a manhã despontava pelas janelas quando terminaram a noite.
Combinaram fazerem novamente uma noitada e despediram-se.
O casal ficou em casa e o Pedro saiu com o Mário.
Já no patim da escada o Mário deu um cartão com o seu número de telefone e um beijo a fugir nos lábios do Pedro, que agora sim... Ficou mesmo atrapalhado.

Quando chegou a casa estava a mãe na cozinha a preparar o pequeno-almoço e contou-lhe o que tinha acontecido naquela noite.

A mulher foi aos arames, dizendo gatos e lagartos e quase lhe batia por ter passado a noite com gente daquela.
O rapaz não quis ouvir mais e foi para o quarto.
Na sua solidão dos lençóis, fez uma retrospectiva de tudo o que tinha acontecido e levando os dedos aos lábios reconfortou-se com o sabor que tinha sentido dos lábios do Mário.

 Ao almoço com todos à mesa a Mãe contou tudo ao marido e fez em sermão e missa cantada ao filho.

- Oh mulher! Cala-te lá com isso! Até parece que o rapaz pelo facto de ter passado uma noite com esses amigos também é Gay!
- É!.. Tu tens a mania se seres liberal em tudo. Pois fica sabendo que se ele aparecer aqui um dia a dizer que anda com um homem, bem pode sair porta fora pois deixa de ser meu filho.

O rapaz por respeito ao pai não lhe saiu a tampa dizendo que ele tinha cornos, mas pouco faltou.

Os dias e as semanas foram-se passando e a mãe quando ele chegava mais tarde a casa havia sempre umas indirectas. E só queria saber onde ele tina andado e com quem.

Em uma noite de Sexta-Feira o Pedro telefonou para casa e disse que ia com uns amigos até ao Algarve passar o fim-de-semana. A Mãe atirou-se ao ar e ele desligou o telefone.
Na segunda-feira seguinte antes de ir para casa foi ao escritório do pai, pedir-lhe desculpa e contar-lhe que não tinha ido ao Algarve mas sim ficado em casa do Mário com que se tinha envolvido sexualmente.
O Pai pessoa de mente aberta deu-lhe todo o conforto possível predispondo-se a ajuda-lo em tudo o que precisa-se e confidenciou-lhe que também ele em novo tinha tido uma experiência homossexual, mas advertiu para nada contar à mãe, pois seria o fim do mundo. Como bom pai e compreensivo também lhe pediu se não se importasse se esse relacionamento com o tal Mário fosse uma coisa séria, gostaria de o conhecer.
O Pedro saiu daquele escritório com a alma lavada e com a certeza que tinha no seu pai o maior amigo do mundo.
Quando chegou a casa lá teve novamente o sermão e missa cantada da mãe. Ela, há viva força queria saber onde ele tinha passado o fim-de-semana e com quem mas ele fechou-se em copas e nada disse e foi até ao quarto fechando a porta.
- A coisa não fica assim! Quero saber com quem andaste e o que andas-te a fazer. – gritava a mãe encostada à porta – Quando vier o teu pai tens que te haver com ele.

Tanto gritou que acabou por ir para a sala.
Passado duas horas o Pedro entrou na sala com duas malas de viagem. Parou à entrada e fez um pouco de barulho com as ditas até que a mãe olhou para ele.

- E menino! Não te livras de contar ao teu pai o que andas a fazer.
- Pode contar à vontade pois já fui ao seu escritório e contei-lhe tudo!
- Mas tudo! O quê? Eu não sou ninguém nesta casa? Onde vais com as malas?
- Contei-lhe que vou viver para casa de um amigo com quem me relacionei sexualmente o que ele aprovou e que me vou embora desta casa pois você já disse vária vezes se tivesse um filho gay o punha na rua, mas como contrariamente a você ainda lhe tenho respeito e não lhe contei que você é contra as opções do seu filho mas põe os cornos ao meu pai com um amante. Pois se não sabia que eu sabia, sempre soube que era e é amante de dois homens que um até é visita cá de casa. Como vê a mãe é mais promíscua que eu e sempre me calei. Agora é a vês de contar tudo ao meu pai para ver o que acontece. – Virou as costas, pegou nas malas e saiu porta fora direito à sua felicidade.

A mãe que esteve calada todo o tempo caiu para o lado desmaiada, Mas já ninguém viu.

Pedro e Mário despiram-se de preconceitos e foram procurar a felicidade 

Vejam como tudo começa através de um beijo
       Nelson Camacho D’Magoito
       “Contos ao sabor da imaginação” (nc155)
                  Para maiores de 18 anos
                      © Nelson Camacho
2015 (ao abrigo do código do direito de autor